Quem eram os Tropeiros
Nos Séculos
XVII e XVIII, os tropeiros eram partes da vida da zona rural e cidades pequenas
dentro do sul do Brasil. Vestidos como gaúchos com chapéus, ponchos, e botas,
os tropeiros dirigiram rebanhos de gado e levaram bens por esta região para São
Paulo, comercializados na feira de Sorocaba. De São Paulo, os animais e
mercadorias foram para os estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
Os tropeiros
faziam o comércio de animais (mulas e cavalos) entre as regiões sul e sudeste. Comercializavam
também alimentos, principalmente o charque (carne seca) do sul para o sudeste.
Como a
região de Minas Gerais estava, no século XVIII, muito voltada para a extração de
ouro, a produção destes alimentos era muito baixa. Para suprir estas
necessidades, os tropeiros vendiam estes alimentos na região.
Como a atividade de todo tropeiro acabava envolvendo comercio, a matemática não poderia ficar de fora, pois acabava sendo muito utilizada.
Os tropeiros também foram muito importantes na abertura de estradas e fundação de vilas e cidades. Muitos entrepostos e feiras comerciais criados por tropeiros deram origem a pequenas vilas e, futuramente, as cidades.
A comida tropeira era, por si só, simples, prática e
de muita “sustança’’, como os próprios tropeiros a definiam. O básico que o
tropeiro levava para comer no caminho era o feijão, o arroz, a carne-seca e o
toucinho. Depois vinham os acompanhamentos, como as farinhas de milho e de
mandioca, o sal, o alho, o açúcar e o pó-de-café.
Logo de madrugada, o cozinheiro, que sempre era jovem,
acordava e colocava o feijão para cozinhar, em um trempe (um tripé feito com um
arco de ferro com três pés, e sob o qual se coloca a panela ao fogo), enquanto
os outros arreavam a tropa e colocavam a carga nos animais. Depois do feijão
cozido, fazia-se o café, e, numa panela, fritava-se o toucinho, preparando um
feijão tropeiro bem gordo, completando com a farinha de milho. Tomava-se o café
com este feijão. O resto do feijão cozido, sem tempero, era colocado num
caldeirão e levado no saco para o almoço no caminho. Depois de pelo menos 4
léguas (mais ou menos 24 Km), os tropeiros paravam num rancho e o cozinheiro ia
preparar o almoço.
Fritava o torresmo numa panela, tirando o excesso de
gordura, e só então colocava o feijão já cozido, os temperos e a farinha de
milho, fazendo novamente o feijão tropeiro. Alguns tropeiros mais abastados
tinham a carne-seca e a lingüiça que eram acrescidas ao feijão. Na seqüência,
preparava-se o arroz tropeiro, fritando torresmo em pedaços, escorrendo o
excesso de gordura e depois colocando o arroz para cozinhar.
Um outro fato curioso era o preparo do café, que era
bebido logo após as refeições.
O tropeiro colocava o pó-de-café e o açúcar numa água
já quente. Quando essa mistura fervia, para decantar o pó, o tropeiro colocava
três carvões dentro da água, ou então uma pedra, que era esquentados no
próprio fogo.
Após todo esse procedimento, virava o café noutra
vasilha e distribuíam para os membros da tropa.
Referencias:
- Os tropeiros
Autor: Ribeiro, José Hamilton
Editora: Globo
Temas: História do Brasil
- Lapa - tropas e tropeiros: caminhos da História
Autor: Silveira, Maria Inês Borges da
Editora: Educon
Temas: História do Brasil
- Sabores do Tempo dos Tropeiros – Caderno de Receitas
Autor: João Evangelista de Faria (João Rural)
- Blog do Professor Luari Júnior - História
- portal da Rota dos Tropeiros
Essa foto é da minha família
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